Há pelo menos três semanas homens e máquinas da Empresa Municipal de Urbanismo (Emurb) trabalham na pavimentação e construção de calçada na Travessa São José, no bairro São Francisco, logo após a ponte do igarapé que leva o mesmo nome. Até aí tudo normal.
A via em questão é onde está localizada a residência do pastor e vereador Arnaldo Barros. Nada de ilegal, se as obras de intervenção urbanísticas não estivessem para ser realizadas em outro local, a Travessa São Lucas, localizada cerca de 150 metros a frente da rua do pastor/vereador.
Moradores da São Lucas afirmam que o pastor usou do fato de ocupar cargo no legislativo municipal para a prefeitura asfaltar sua rua, que tem pouco mais de 50 metros de extensão.
"Tem uma placa afixada na entrada da rua do vereador Arnaldo (Barros), onde diz que as obras de pavimentação e construção de calçadas são para a realização na Travessa São Lucas e não na Travessa São José, a rua do vereador. Alguns vizinhos foram questionar dos trabalhadores e ouviram que estavam apenas fazendo o trabalho onde a Emurb determinação. Um vizinho do vereador afirmou que a rua só estava sendo asfaltada porque ele usou da sua influência como vereador", afirmou um dos moradores da São Lucas.
Por telefone, a reportagem conversou com o pastor e vereador Arnaldo Barros, ele disse que foi surpreendido pela obra na sua e afirmou que não fez qualquer pedido à Seinfra ou até mesmo ao prefeito Tião Bocalom para que a obra fosse realizada.
"Olha, para mim foi uma surpresa essa obra aqui, não esperávamos que essa rua fosse asfaltada. É uma rua pequena, de pouco mais de 70 metros e ficamos surpresos. Agora, como pastor eu não posso mentir pra você, eu nunca fiz pedido algum para que essa rua fosse asfaltada, não falei com prefeito e nem com secretário da Seinfra, não fiz qualquer tipo de intervenção para isso", declarou Barros.
A reportagem também conversou com o Diretor-presidente da Emurb, José de Assis, que esclareceu o ocorrido.
De acordo com Assis, o problema todo foi ocasionado pelo nome da rua, quando na produção do projeto. O diretor disse ainda que o recurso utilizado na obra é oriundo de uma emenda parlamentar da gestão passada e que precisou até de um aditivo por parte da prefeitura.
"Não houve má-fé ou qualquer tipo de irregularidade. O que aconteceu foi que na produção do projeto, no momento da definição das ruas que receberia a aplicação desse recurso foi feito uma consulta no Google Earth (app de mapas do Google) e o nome dessa travessa é São Lucas. Quando o projeto foi entregue na Emurb um dos nossos engenheiros foi até os locais, Travessa São Lucas e Travessa Bezerra, no Santa Maria. Nessa do bairro São Francisco, o engenheiro viu que havia uma divergência no nome da travessa, o projeto voltou para a Seinfra que justificou que no app de mapas ela estava com o nome de São Lucas, portanto foi só esse problema de nome da via, não houve nada de ilegal", explicou José de Assis.
O Diretor da Emurb enfatizou ainda, que a Travessa São Lucas, que fica mais à frente da rua que está sendo movimentada precisa de uma intervenção "mais aprofundada".
"Essa travessa São Lucas que fica mais à frente eu estive lá. É uma rua que precisa de obras mais complexas, como construções das redes de drenagem e esgoto. Esse é um ponto que já estamos estudando e que vamos resolver, mas vai demandar mais um tempo, mas vamos resolver", afirmou o gestor.
