A diretoria do Independência Futebol Clube, bicampeão acreano, participou nesta terça-feira, 2, da Tribuna Popular na Câmara Municipal de Rio Branco para apresentar os desafios enfrentados pelo clube na disputa de competições nacionais e solicitar apoio institucional para o fortalecimento do futebol profissional no Estado. O convite foi feito pelo vereador Samir Bestene (PP), entusiasta da valorização do esporte local.
Representando o grupo de investidores do clube, Antônio Cardoso Neto destacou o compromisso do projeto que vem sendo executado desde o início de 2025 e pediu engajamento do poder público, especialmente por meio de emendas parlamentares e parcerias com a prefeitura e o governo estadual.
“Viemos aqui, com humildade, pedir apoio. Trabalhamos com recursos próprios, mas percebemos que, sozinhos, não conseguiremos levar o futebol acreano aos patamares que desejamos. Já disputamos o Campeonato Acreano — onde fomos campeões — a Copa do Brasil e a Copa Verde. Agora estamos na Série D, em quarto lugar, com boas chances de classificação — afirmou Neto.
Segundo ele, o projeto é inspirado em modelos de sucesso que contam com o suporte institucional de governos e prefeituras, como os clubes do Amazonas, do Pará e o Cuiabá, do Mato Grosso, que alcançaram destaque nacional.
“O presidente Macapá acreditou no projeto. Apresentamos uma proposta profissional de gestão, nos moldes de uma SAF. Queremos transformar o Independência em um clube forte, competitivo e com estrutura — completou.
Vereador reforça apoio e cobra mais investimentos no futebol acreano
O vereador Samir Bestene, responsável pela solicitação da tribuna, destacou a importância do momento e cobrou maior comprometimento das esferas governamentais com o futebol acreano.
“Precisamos copiar bons exemplos. O Mato Grosso investiu no Cuiabá e hoje tem um time consolidado na Série A. O Amazonas investiu quase R$ 20 milhões no seu futebol e colhe os frutos. Por que o Acre não pode? — questionou.
Bestene lembrou que clubes como Rio Branco e Atlético Acreano já estiveram próximos de alcançar a Série B do Campeonato Brasileiro, e agora o Independência assume esse protagonismo no futebol local.
“O que o clube está fazendo é digno de aplauso. Estão valorizando atletas locais, têm uma estrutura organizada e estão representando o Acre com dignidade. A Câmara está à disposição para buscar recursos e abrir portas — reforçou.
O técnico do Independência, Ivan Mazzuia, enfatizou o impacto social do futebol e seu potencial para transformar vidas, especialmente no contexto acreano.
“Mais de 60% do nosso elenco é formado por atletas do Acre. Isso gera empregos diretos e indiretos. O futebol movimenta a economia local: ajuda a rede hoteleira, o turismo, os ambulantes. Além disso, é uma ferramenta de combate à depressão, ao sedentarismo e outros problemas que afetam a juventude acreana”, declarou Mazzuia. Ele também alertou para a importância de um calendário mais robusto e do investimento na base como forma de evitar o êxodo precoce de jovens talentos.
João Paulo, diretor de futebol e também investidor do clube, destacou que o grupo assumiu a gestão no início do ano com o objetivo de colocar o Independência novamente no cenário nacional.
“Fizemos um planejamento sério. Investimos no elenco e conquistamos o bicampeonato. Agora estamos na Série D, enfrentando clubes com grandes investimentos de estados como Pará e Amazonas. Acreditamos que, com apoio, podemos chegar ainda mais longe”, disse.
Questionado sobre a formação de atletas, João Paulo informou que, neste primeiro momento, o foco é consolidar o futebol profissional. “O projeto de base está sob responsabilidade do departamento do Ilimane, junto com o presidente Macapá. Mas o nosso planejamento contempla, sim, futuramente, investir na base”, completou.
Em 2026, o Independência já tem calendário garantido em quatro competições: Campeonato Acreano, Copa do Brasil, Copa Verde e Série D do Campeonato Brasileiro. A diretoria projeta crescimento técnico e estrutural, mas reforça a necessidade de um esforço coletivo para que o futebol acreano avance. “Estamos fazendo a nossa parte. Esperamos que o poder público também faça a sua. O futebol pode ser uma vitrine poderosa para o estado e uma ferramenta de transformação social” concluiu Antônio.