Os vereadores Railson Correia (Podemos) e Raimundo Neném (PSB) chegaram de Brasília no sábado, após participação em um curso na capital federal com diárias pagas pela Câmara, porém sequer tiveram o cuidado e o bom senso de permanecerem em casa em um momento de risco pela contaminação do coronavírus.
A dupla foi às sessões durante esta semana no Legislativo, apesar das inúmeras recomendações de especialistas, da OMS, Ministério da Saúde, secretarias de Saúde do Estado e Município e orientações da própria Câmara a partir de uma deliberação conjunta entre vereadores. A recomendação é que os servidores e parlamentares ao chegarem de viagem sigam o protocolo de distanciamento social e etiqueta respiratória.
Railson compareceu hoje ao plenário e participou da abertura dos trabalhos lendo a ata da sessão de ontem sem nenhuma preocupação com os pares.
Ironicamente, a sessão desta quinta-feira ocorreu com a participação dos secretários de Saúde do Estado, Alysson Bestene, e do Município, Oteniel Almeida, que foram à Casa explanar as ações de combate ao coronavírus.
Ao lado de Railson, além dos dois secretários, estavam o vereador Eduardo Farias (PCdoB), médico infectologista, e Lene Petecão (PSD), presidente em exercício da Câmara Municipal. Sentados no plenário estavam nove vereadores, além de dois assessores do Legislativo.
A Casa mantém suas atividades com número reduzido de pessoas após a confirmação de casos do Covid-19 no Acre. A galeria está fechada. Os assessores trabalham em regime home office.
Por telefone, Raimundo Neném disse que cumpriu as orientações, o que não é verdade. Railson Correia não atendeu as ligações.
Foram confirmados três casos do coronavírus e 91 suspeitos na semana em que os parlamentares estiveram em Brasília.
Coronavírus no Acre
Há três casos de Covid-19 confirmados no Acre. Os dados oficiais apontam que até o momento foram recebidas no Laboratório de Infectologia Charles Mérieux, em Rio Branco, pelo menos 92 amostras, das quais 34 deram resultado negativo e 55 estão sendo aguardadas para o resultado.
O governador baixou um decreto de estado de emergência. A medida suspende as aulas na rede pública de ensino e restringe a aglomeração de mais de 100 pessoas em um mesmo ambiente.
Universidades públicas e privadas e academias também suspenderam suas atividades.
As fronteiras com o Peru e a Bolívia são monitoradas por agentes do Gefron.