Mulheres comunistas reforçam entendimento do partido e pedem a cassação de vereador do PCdoB que agrediu colega
Por quatro votos a três, a Câmara de Vereadores de Bujari cassou o mandato do vereador Gilvan Souza. O parlamentar é acusado de agredir fisicamente a vereadora Eliane Rosita, do Progressistas. Além de ter recebido o parecer pela cassação da Comissão de Ética, o vereador também não contava com o apoio do partido dele, o PCdoB, que repudiou o ato de violência.
Durante a sessão realizada no final da tarde de hoje (19), mulheres, integrantes do PCdoB, reforçaram o entendimento do partido, que era pela cassação do parlamentar. O grupo acompanhou toda a sessão e pediu a perda do mandato de Gilvan Souza.
Maisa Naluy, integrante do PCdoB e ativista política, disse que a decisão de cassar Gilvan foi didática. “Não compactuamos de forma alguma com esse tipo de atitude”.
Letícia Holanda, que também faz parte do PCdoB e foi candidata a deputada estadual nas eleições de 2022, destacou que a cassação é uma forma de combate à violência de política de gênero.
“A busca pela efetivação dos direitos humanos das mulheres tem como imperativo o enfrentamento a todas as manifestações que legitimam, naturaliza ou justifica a violência de gênero. A decisão da cassação de mandato do vereador José Gilvan é uma das formas de combate à violência política de gênero. As mulheres do PCdoB, se fizeram presentes à sessão da Câmara. Nos solidarizando, por entender que é através de "iniciativas" como estas que se faz o combate à violência contra a mulher”, pontuou.
Em julho deste ano, em discurso na Assembleia Legislativa, o deputado estadual Edvaldo Magalhães (PCdoB) afirmou que a cassação de Gilvan é pedagógica e viraria um bom precedente para atos semelhantes não aconteçam em qualquer esfera de poder.
“O nosso partido vai encaminhar à Câmara dizendo: ‘cassem o mandato deste personagem que não honra a figura do agente público, do agente político. Não dá para que o machismo venha para o plenário da Casa. Não dá para que agressão gratuita vire instrumento de abordagem política e pressão política. Seria uma atitude pedagógica e viraria um bom precedente, uma boa jurisprudência do ponto de vista pedagógico dessas relações que tem que ser cada vez mais emancipadas entre homens e mulheres”, pontuou ao ressaltar também Gilvan responde por infidelidade partidária.