Durante a sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito das ONGs nesta segunda-feira, 27, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, destacou o uso inadequado do termo “caixa-preta” pelo presidente da CPI, Plínio Valério (PSDB-AM), considerando-o pejorativo em relação aos negros.
Marina interveio quando Valério usou a expressão para descrever as descobertas feitas pela CPI. “Caixa-preta, não, senador”, disse Marina. “Isso é uma forma pejorativa de se referir às pessoas pretas. Preta sou eu, que estou aqui do seu lado.” Ela enfatizou que não é apropriado associar aspectos negativos à cor preta.
A ministra foi ironizada por Valério após João Paulo Capobianco, secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, sugerir que o termo “caixa-preta” fosse substituído por “caixa-laranja”. Valério rebateu: “Então, pode se esculachar os laranjas”.
“Eu prefiro caixa de Pandora”, prosseguiu Valério, que em seguida entrou num looping muito louco sobre os mestiços do IBGE.
Plínio Valério odeia Marina. A CPI já ouviu outros nomes próximos à ministra, como Rodrigo Agostinho, presidente do Ibama, e Mauro Mendes, presidente do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade).
A comissão é composta majoritariamente por parlamentares de direita e tem a presença constante de bolsonaristas como Damares Alves, além do ex-vice-presidente Hamilton Mourão.