A vitória do republicano Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos repercutiu globalmente, levantando questões sobre o futuro das relações entre o país norte-americano e o Brasil, agora sob a presidência de Luiz Inácio Lula da Silva. A parceria econômica, marcada pelo pragmatismo ao longo de décadas, é uma das maiores na América e tende a ser desafiada por divergências em temas centrais, como comércio, meio ambiente e agricultura.
A agenda protecionista de Trump, sinalizada desde sua campanha, deve impactar as relações comerciais entre Brasil e EUA. As possíveis restrições comerciais à China podem redirecionar as exportações chinesas para outros parceiros, incluindo o Brasil, que já mantém uma forte relação econômica com o gigante asiático. No entanto, o fortalecimento do dólar, impulsionado pela alta taxa de juros nos EUA e por estímulos econômicos domésticos, pode tornar as exportações brasileiras menos competitivas.
Esse cenário, caso se concretize, poderá afetar o agronegócio e outros setores de exportação do Brasil, forçando o país a buscar novos acordos para equilibrar os efeitos da valorização do dólar e do protecionismo americano.
O meio ambiente deve ser um dos pontos mais delicados na relação entre os governos de Lula e Trump. Conhecido por sua postura cética quanto às mudanças climáticas, Trump pode reverter políticas ambientais e investir em combustíveis fósseis, o que entra em conflito com as demandas internacionais por uma economia mais verde. Essa postura pode gerar pressão adicional sobre o Brasil, frequentemente criticado pela gestão ambiental, especialmente em relação à Amazônia. A postura ambiental de Trump poderá, ainda, reforçar cobranças de países europeus e de outras nações sobre as práticas de desmatamento brasileiras, resultando em possível isolamento diplomático.
Caso Trump repita a política de incentivos aos produtores rurais americanos, como fez em seu primeiro mandato, a competição com o Brasil no setor agrícola tende a aumentar. Esse incentivo aos produtores locais poderá reduzir a competitividade dos produtos brasileiros no mercado internacional, impactando negativamente o agronegócio nacional a médio e longo prazo. Com subsídios mais generosos aos produtores dos EUA, as exportações brasileiras de commodities podem enfrentar maiores dificuldades para se manterem competitivas.
Após a confirmação da vitória de Trump, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva usou suas redes sociais para parabenizar o republicano. “Meus parabéns ao presidente Donald Trump pela vitória eleitoral e retorno à presidência dos Estados Unidos. A democracia é a voz do povo e deve ser sempre respeitada. O mundo precisa de diálogo e trabalho conjunto para termos mais paz, desenvolvimento e prosperidade. Desejo sorte e sucesso ao novo governo”, declarou Lula.