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POLÍTICA

Uma luz na escuridão do isolamento: aeródromos que encurtam distâncias e salvam vidas no coração da Amazônia acreana

Uma luz na escuridão do isolamento: aeródromos que encurtam distâncias e salvam vidas no coração da Amazônia acreana

Na última reportagem da série “Municípios Isolados – Seca, desabastecimento, carestia e fome”, o Notícias da Hora mostra a atuação do governo do Acre, por meio do Departamento de Estradas de Rodagem, Infraestrutura Hidroviária e Aeroportuária (Deracre), para ajudar a retirar essas cidades do isolamento e amenizar o sofrimento da população.

Uma das ações é a recuperação das pistas de pousos dos aeródromos Porto Walter, Marechal Thaumaturgo, Jordão e Santa Rosa do Purus. Além disso, o governo do Estado atuou na recuperação das pistas de Feijó, Tarauacá, Xapuri e Manoel Urbano.

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De acordo com Sula Ximenes, presidente do Deracre, as intervenções visam melhorar a infraestrutura de transporte aéreo, permitindo a integração regional, com investimentos o ano todo. “O investimento mensal é em torno de R$ 1,5 milhão nos oito aeródromos. O Deracre mantém equipes de prontidão o ano inteiro, seja ação direta ou com empresas contratadas, na manutenção das pistas e cercamentos”, afirmou.

Sula Ximenes enfatiza que somente de janeiro a abril deste ano, foram registrados 2.534 voos. Por eles, foram transportados além de pessoas, vacinas, medicamentos e mercadorias. “Os investimentos nas pistas de pouso estão tendo um resultado positivo, ao salvar vidas”, pontua.

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Graças aos investimentos feitos pelo governo do Estado, sob determinação do governador Gladson Cameli, por meio do Deracre, em março de 2023, o aeródromo de Feijó realizou seu primeiro voo aéreo. Com a pista balizada, foi possível salvar a vida de um recém-nascida que precisava de cuidados médicos fora de domicílio. Este foi apenas um dos inúmeros voos que partem dos aeródromos do Acre com pacientes com destino a outros centros como Rio Branco e Cruzeiro do Sul.

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Antônio Francisco, morador de Marechal Thaumaturgo, conta que antes já presenciou muita dificuldade, mas que agora o aeródromo permite até pousos e decolagens noturnas.

“Aconteceu muitas vezes ter alguém para morrer e não poder ter como mandar pra Cruzeiro do Sul e esperar o dia amanhecer por não ter como o avião vim buscar”, lembrou.

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Segurança alimentar e vidas salvas nas asas de quem conhece a Amazônia

O piloto de avião Judson Perdigueiro destacou a importância dos aeródromos para os municípios isolados. Natural de Cruzeiro do Sul e há 15 anos atuando na aviação regional, ele mencionou que os aeródromos são uma espécie de extensão dos hospitais e postos de Saúde.

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Experiente, Judson falou a respeito de como é voar na Amazônia acreana, sobretudo nestes tempos de mudanças climáticas, com a fumaça proveniente das queimadas, no período de verão amazônico.

“No Acre a aviação é boa. Tem alguns problemas pontuais, por questão de logística. A manutenção aqui demora mais, por exemplo, chegar peças essas coisas, como qualquer outra coisa que se precisa fazer no Acre, tudo se demora mais, mas sempre tem esse cuidado até porque a gente voa na Amazônia e a aviação na Amazônia é um pouco mais sensível. A meteorologia muda muito rápido. A gente tinha um conforto de voar no verão, mas com essa crise da fumaça, o aeroporto ficou fechado. Foi uma das coisas que agravou também a questão desses municípios isolados. A gente sabe que essa politicagem na grande maioria desnecessária impede a construção de estradas. A gente vê o exemplo daquele ramal que vai ali para Porto Walter”, disse Judson Perdigueiro, ao Notícias da Hora.